sexta-feira, 27 de setembro de 2019

À conversa com ex-jogador: Chiquinho

Francisco José Varela Grilo. O nome não diz grande coisa à maior parte dos Amorense, mas se resumirmos o nome para Chiquinho, aí os olhos brilham..e enchem de recordações os sócios e adeptos do Maior Clube da Margem Sul.

Nesta pequena conversa, vamos abordar alguns temas da carreira do avançado rápido, que tinha no seu pé esquerdo o seu maior talento.

O festejo, após mais um golo
com as cores do Amora FC
Representaste o Amora FC desde as camadas jovens até algumas épocas como sénior. Como era a formação do Amora e qual o sentimento de subir a sénior?
Fiz praticamente toda a formação no Amora FC, excepto no 1º ano de juvenil, quando me transferi para o FC Porto.
Comecei com 10 anos e fui campeão distrital infantil contra o Vitória Setúbal no estádio D. Manuel Melo onde vencemos por 3-2.
Também fui campeão distrital em iniciado, contra o Vitória de Setúbal. Além disso, também ganhei o titulo distrital em juvenis, mas perdemos na secretaria. Na altura o Barreirense tinha muito força na Associação de Futebol de Setúbal.
Em termos de formação o Amora FC, em tempos, trabalhava muito bem. Por esse motivo tivemos muitos miúdos a irem para o Benfica e também para o Sporting. E eu fui para o Porto.
Fiz 5 épocas como sénior na equipa do Amora FC, duas das quais sendo ainda júnior. Foi uma alegria muito grande ter representado o Amora FC em sénior. O Amora FC é o clube do meu coração. 

Qual a melhor recordação que tens do tempo que jogaste pelo Amora FC? E a pior?
Tenho duas grandes recordações: a subida de divisão e ter jogado no antigo Estádio da Luz para a Taça de Portugal. Nesse jogo contra o Benfica, na primeira parte ainda conseguimos aguentar...mas na segunda fisicamente começaram a faltar pernas.
Relativamente ao pior momento de azul vestido, foi a forma como sai do Amora FC. Na altura não me mandaram embora, mas abriram a porta. Tinha tudo acertado com o presidente Manuel Gonçalves, mas entretanto chegou o José Mendes e não me quis pagar o que tinha sido acordado (120 contos para 100 contos). Por isso eu dizer que não me mandaram embora, mas sim abriram-me a porta da saída. Fui jogar para o Sesimbra, após a minha saída.
Chiqinho, ao centro e em baixo,
com a camisola do FC Porto vestida
Como foi jogar no FC Porto, na altura em idade de juvenil? Como surgiu essa oportunidade? 
Foi o realizar de um sonho de menino, já que eu sou portista. Nem sequer hesitei em assinar pelo FC Porto, mas nem tudo correu bem. A adaptação não foi fácil, já que estava a 300km de casa e sem o apoio dos meus pais. As coisas não são como hoje, onde pegamos no telemóvel  e estamos em contacto diário. Ainda assim, acabei por fazer uma época razoável e fazendo alguns golos.
Ainda regressei no ano seguinte, mas rapidamente me apercebi que não ia ser primeira opção. Falei com mister e com o chefe departamento de Futebol, o senhor Raúl Peixoto, e manifestei a minha vontade de sair e regressar a casa.

A oportunidade surgiu no segundo ano de iniciado, onde fiz um ano espetacular com mais de 100 golos marcados. Na altura apareceu o Benfica (por Peres Bandeira) e o Sporting (por Aurélio Pereira), mas foi no torneio inter associações que apareceu o FC Porto, onde me ofereceram 75 contos por mês (na época 93/94), o que era muito dinheiro na altura. Não pensei duas vezes e aceitei logo, com os meus pais sempre a apoiar. Ele fizeram-me a vontade e deixaram-me viver o meu sonho.

Que recordações tens do Porto? 
O que eu recordo mais daquela altura é mesmo a rapaziada que vivia lá no lar dos jogadores, onde havia uma boa camaradagem. Ainda mantenho o contacto com alguns

Chiquinho no Estádio da Luz,
para a Taça de Portugal
Porque voltaste ao Amora? 
Isso foi a condição imposta pelo FC Porto. Eles só me davam a carta se fosse para o Amora FC e eu aceitei pois eu vinha cheio de vontade de voltar a ser feliz a fazer aquilo que mais gostava jogar futebol.

Tens alguma história engraçada que se possa contar, que meta o Amora FC ou o balneário?
História tenho uma comigo próprio. Fomos jogar a Évora e eu estava no banco e entrei a 20 minutos do fim e marquei o golo da vitória. Na semana seguinte, jogávamos em casa e o mister Rodrigues Dias começa a dar equipa e eu fui o décimo sétimo jogador. Fiquei de fora e o mister dizia "miúdo, tens de esperar" e eu com uma azia desgraçada.

Os derbys com o Seixal eram sempre intensos. Como eram vividos os dias anteriores e até o jogo, seja na Medideira ou no Bravo?
Uma rivalidade muito grande, sempre com jogos rasgadinhos. Tenho saudades desses derbies, onde andava a semana toda a contar os dias para o jogo. 

O que tem a Medideira e o adeptos do Amora FC de diferente dos outros?
São adeptos especiais! Apoiam bastante a equipa mas também quando têm que rasgar e criticar também criticam e rasgam.

Chiquinho, a faturar mais um
Lembraste do teu melhor golo? Como foi? E do teu melhor jogo? Ou o jogo que mais recordas com saudade?
Fiz muitos golos durante a minha carreira, mas jogos tenho alguns especiais. Vou só dizer dois: um em infantil contra o Vitória de Setúbal onde fomos campeões distritais (fiz dois golos e ganhamos 3-2); e em sénior na inauguração do relvado do Castrense, onde entrei a 15 minutos do fim com a equipa a perder 1-0 e ganhamos 1-2, com 2 golos meus.

Como vês o Amora FC atualmente? Costumas ir à Medideira? 
Vou sempre ao Estádio da Medideira ver os jogos. Sou sócio e costumo estar sempre presente. O Amora FC está bem, embora os jogos não estarem a correr bem. Mas isto não é como começa mas sim como acaba.

Como achas que será o futuro do Amora FC? 
Penso que o futuro do Amora FC vai ser risonho, sobretudo tendo as contas consolidadas e com formação a crescer. Tem tudo para dar certo.

Chiquinho a receber a medalha de
campeão distrital de iniciado época 92/93
O melhor jogador com quem jogaste?
O Pedro Miguel. Era craque e jogou no Braga, Leiria ou Sporting. Já o apanhei numa fase descendente carreira mas era muito craque.

O melhor treinador que te treinou? Porquê?
Forçosamente, tenho de destacar três treinadores que me marcaram: o meu meu primeiro treinador, chamado João Mendes, onde ganhei o meu primeiro título; o segundo, o mister Mota, que me levou para os seniores sendo eu ainda júnior de primeiro ano; e por fim Professor Moniz, onde os treinos eram duríssimos, mas chegávamos ao domingo soltinhos. Ele virava-se para mim e dizia-me "miúdo, tu comigo jogas sempre seja de início ou a entrar, tens de estar sempre preparado". Foi com ele aquele jogo épico em Castro Verde, antes de entrar ele só me disse miúdo vai lá para dentro e resolve.

O que faz o Chiquinho atualmente?
Sou Distribuidor de Gás.

Uma palavra para os Amorenses?
Vamos apoiar o nosso Amora FC.



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